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Afinal, o que é carência afetiva?

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Afinal, o que é carência afetiva?

Os relacionamentos são essenciais na vida de todas as pessoas. Sem eles, é quase que inevitável sofrer (um pouquinho que seja) de carência afetiva. Sentir saudade das pessoas amadas é natural, mas é preciso dar uma atenção especial a esse sentimento quando ele se torna algo mais forte e traz prejuízos para as nossas vidas.

Por isso, preparei um post falando justamente disso. Começo conceituando o que é a carência afetiva sob o viés da psicologia. Depois, falo um pouco das consequências que ela pode trazer para as pessoas e, por fim, abordo algumas dicas e soluções para superá-la.

Vamos começar a leitura? Acompanhe o texto até o fim!

O que é a carência afetiva?

Alguém que está carente do ponto de vista afetivo sente falta de uma maior proximidade com outras pessoas ou de demonstrações de carinho por parte de amigos, familiares ou cônjuges. Assim, surgem pensamentos como “não sou amado”, “ninguém gosta de mim”, “ninguém se preocupa comigo” e similares.

Uma das principais causas da carência afetiva é, de fato, a ausência de cuidados, especialmente na infância. Afinal, a afetividade e o suporte emocional são funções da família e indispensáveis durante o desenvolvimento de uma criança. A sua falta pode, inclusive, afetar sua vida no futuro.

É preciso destacar também que o excesso de atenção e de superproteção familiar pode ter o mesmo efeito. Nesse caso, a criança tem mais dificuldade para alcançar a independência emocional e aprender os limites entre a sua vida e a de outras pessoas. Com isso, desenvolve uma alta demanda de cuidado e carinho que nem sempre é suprida por quem convive com ela.

A carência afetiva está ligada ao desejo de vínculo social e pode se apresentar de maneiras muito distintas. Veja alguns sinais que indicam esse problema:

  • dependência emocional (necessidade de outras pessoas para se sentir feliz);
  • tendência à submissão por medo de perder os relacionamentos;
  • excesso de cobranças e pressão sobre companheiros, amigos e familiares;
  • ciúmes e tentativas de controle;
  • dificuldade para defender as próprias ideias ou fazer planos individuais;
  • aceitação de relações ruins por receio de ficar sozinho;
  • sentimento de inferioridade;
  • necessidade constante de atenção.

Esses são os sintomas mais comuns e que representam a falta que a pessoa sente de carinho e proteção. Entretanto, a vivência de conflitos nas relações e a tendência a se distanciar dos outros também podem ser sinais de carência afetiva. Nesses casos, essas reações são interpretadas como estratégias de autoproteção.

Quais são as consequências da carência afetiva?

Embora, algumas vezes, possa parecer algo simples, na verdade, a carência afetiva gera consequências bastante negativas na vida das pessoas. Os efeitos são sentidos tanto no aspecto pessoal quanto no profissional. Veja a seguir o que pode acontecer.

Dificuldades emocionais

Como falei, uma das grandes causas da carência é o desamparo e a falta de afeto ao longo da vida — com destaque para a infância e a adolescência. Essa experiência é muito significativa, pois gera efeitos emocionais traumáticos.

As consequências envolvem sentimentos de tristeza e vazio que podem, inclusive, contribuir para desencadear um quadro de depressão. Outras sensações comuns são angústia e ansiedade ao ficar sozinho. Além disso, a baixa autoestima também pode trazer muito sofrimento.

Conflitos interpessoais

A carência afetiva não é pesada apenas para quem a carrega, mas para todos à sua volta. Afinal, é comum que aqueles que sofrem desse problema se envolvam em relacionamentos conflituosos, com muitas cobranças, ciúmes e discussões constantes.

Um fenômeno que acontece com muita frequência em relacionamentos com alguém carente é que nada parece suficiente, pois as expectativas que ele ou ela tem em relação à atenção e ao carinho sempre são excessivas. Junto a isso, a falta de confiança e a dificuldade para respeitar os limites do outro são efeitos que dificultam ainda mais as relações.

Vivência de relacionamentos abusivos

Pessoas carentes estão mais sujeitas a serem vítimas de companheiros abusadores. Um dos motivos para que isso aconteça é a busca excessiva por cuidado, o que as torna vulneráveis, já que normalmente tendem a aceitar situações difíceis por medo de ficarem sozinhas.

Outra razão que explica essa consequência é o fato que a maioria dos relacionamentos abusivos envolve alguém manipulador. Pessoas com essa característica terão mais facilidade para controlar companheiros carentes.

Estagnação na carreira

Geralmente, os problemas de relacionamento afetam a vida profissional. Uma consequência comum da carência afetiva é a falta de confiança. Como a pessoa se sente insegura, isso vai ser notado na hora de propor ideias, defender projetos e resolver conflitos no trabalho.

Além disso, a dependência torna o perfil profissional mais frágil, pois há uma tendência a se diluir nos trabalhos em grupo e obter pouco destaque em seu desempenho individual. Alguém que sofra de carência também vai ter maior dificuldade para lidar com a pressão e com os problemas que possam surgir entre colegas.

Como tratar a carência afetiva?

Se você se identificou com o que falei até aqui, é importante saber que essa dificuldade tem tratamento e o problema pode ser superado. Inicialmente, preciso destacar que todos nós experimentamos algum grau de carência afetiva. Afinal, somos seres que necessitam de contato social e carinho.

Identifique o nível da carência

Sendo assim, o primeiro passo para tratar a carência é perceber se ela está em um nível normal ou excessivo. Para fazer isso, basta refletir se essa característica vem causando problemas e dificuldades em setores da sua vida. Se isso estiver acontecendo, é hora de se cuidar.

Pratique o autoconhecimento

Ter mais conhecimento sobre si mesmo é superimportante e traz impactos em diferentes aspectos da vida. Quando temos mais autoconhecimento, fica mais fácil evitar situações que nos são desconfortáveis, praticar o autocuidado, escolher melhor as nossas amizades e pessoas com quem desejamos nos relacionar de forma mais próxima, entre outras vantagens.

Ao saber que temos uma necessidade maior ou menor de afeto, por exemplo, podemos ter uma comunicação mais clara com quem nos envolvemos e abrir um caminho para um diálogo frutífero e uma relação mais prazerosa. O mesmo vale para qualquer outro aspecto da vida, como a convivência em família ou com amigos.

Tenha mais amor-próprio

Essa não é uma dica tão simples, mas por meio da psicoterapia, dá para chegar lá! Ter mais amor-próprio também tem a ver com se conhecer melhor e se cuidar, mas com uma postura mais forte diante das adversidades. Ao sentir a carência afetiva chegar, diante de um relacionamento frio, o desenvolvimento do amor-próprio nos permite agir com mais proatividade na busca por uma solução. É algo libertador!

Aprenda a gostar da sua companhia

Nem sempre é possível estar acompanhado. Gostar de ficar sozinho e lidar com essa situação de forma tranquila também é algo saudável, mentalmente falando. É claro que em uma sequência de vários dias consecutivos vivendo a solidão — como muitas pessoas tiveram que fazer ao longo da pandemia do novo coronavírus, por exemplo — é natural sentir saudades de quem gostamos.

A dica, aqui, é aprender a gostar da própria companhia: descobrir atividades que sejam possíveis de aproveitar só e ter prazer com elas, como a leitura, a prática de atividades físicas, o cinema, a música, a culinária, a escrita e tantas outras, é fundamental para manter a cabeça boa.

Usar a tecnologia para entrar em contato com as pessoas também pode ter um efeito surpreendente no seu humor — participar de encontros com amigos via internet em salas de reunião sem que isso esteja atrelado a trabalho ou outras obrigações é uma forma bacana de socializar e matar a saudade de quem está longe.

Não dependa dos outros para ser feliz

Ser independente é algo que fortalece qualquer pessoa, em qualquer área da vida. Ficar dependendo dos outros acaba nos colocando em situações negativas, como o desenvolvimento da baixa autoestima, da submissão e de deixarmos de nos conhecer tão bem quanto poderíamos.

Se um amigo ou namorado não está a fim de curtir aquele show, ver o filme que você está aguardando ansiosamente ou comer o seu prato favorito, curta esses momentos mesmo assim! Se isso é algo que ocorre com muita frequência, é hora de se perguntar: vale a pena manter essas relações?

Busque ajuda

Se a pessoa não consegue seguir essas dicas por conta própria, talvez seja hora de buscar apoio profissional. A psicoterapia é uma ótima forma de se conhecer melhor e de encontrar o caminho para ser mais feliz.

Como o apoio profissional pode ajudar a superar a carência afetiva?

Procurar um psicólogo é a melhor maneira de superar a carência afetiva e alcançar mais bem-estar na sua rotina. Ao começar a frequentar as sessões de psicoterapia, é possível não apenas driblar as consequências dessa dificuldade, mas também compreender o que está por trás. Esse autoconhecimento é fundamental para viver relacionamentos saudáveis.

Na Psicologia Dockhorn, nosso trabalho é desenvolvido com base na Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), que identifica pensamentos e comportamentos disfuncionais e trabalha com o objetivo de modificá-los. Assim, ao longo da terapia (com duração média entre nove meses e um ano), os pacientes desenvolvem autoestima e independência, aprendendo a se posicionar de forma mais saudável nas suas relações interpessoais.

Vale a pena pensar sobre a carência afetiva e cuidar de si mesmo para superar suas consequências. Afinal, os relacionamentos são indispensáveis na nossa vida, mas é preciso estar atento para que eles não causem grandes sofrimentos.

Então, este post ajudou você? Entre em contato conosco para saber mais sobre o assunto!

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Comentários (6)

  • Raquel Alves Reply

    Parabéns pelo artigo…Muito didático para qualquer leigo poder entender e saber se está em carência afetiva e melhor ainda as dicas para sair dessa situação

    12 de agosto de 2020 at 21:12
  • Tarcilio Reply

    Foi uma leitura positiva ….Obrigado

    20 de dezembro de 2020 at 10:49
    • Vanessa Dockhorn Reply

      Eu que agradeço

      1 de dezembro de 2021 at 06:40
  • Sônia Maria Macedo Reply

    Boa Tarde,
    Gostei muito, há muitos anos sofro de carência afetiva, mas não sabia, não entendia, sempre fui muito sozinha
    passei p situações difíceis desde a infância, e depois de me decepcionar com um relacionamento, fiquei muito
    tempo sozinha. E aconteceu de me influenciar por alguém mas não ir longe, aí vi q tem algo errado, e estou buscando: lendo sobre o assunto, conversando com um profissional, e gostei muito dos tópicos, tem muita semelhança com o que vivi.

    19 de agosto de 2021 at 13:51
    • Eleticia Reply

      Parabéns pelo artigo mim ajudou bastante a identificar nas pessoas quando vier a conversar comigo , muito obrigada por compartilhar esse conhecimento tão rico.

      15 de novembro de 2022 at 15:28
      • Vanessa Dockhorn Reply

        Muito obrigada pelo seu recadinho. Fico feliz que gostou do texto.

        7 de dezembro de 2022 at 08:35

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