Criança com dificuldade de aprendizagem: como agir nesses casos?
Neste artigo, vou abordar os tratamentos para criança com dificuldade de aprendizagem. Hoje, o Transtorno Específico de Aprendizagem é considerado um transtorno único, que pode incluir dificuldades de leitura, de matemática e da expressão escrita, por exemplo. Entre os principais distúrbios que caracterizam o transtorno estão a dislexia (que afeta até 17% da população mundial) e a discalculia (que atinge 1% das crianças brasileiras).
Além deles, outro transtorno importante que pode ser observado é o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, que afeta entre 3% e 10% da população ao longo da vida). O TDAH precisa ser tratado de forma diferenciada, pois é categorizado separadamente do Transtorno Específico de Aprendizagem, embora possa estar associado.
Quer saber mais a respeito do assunto? Leia o artigo até o final para conhecer as principais características dos distúrbios de aprendizagem e as formas de tratamento. Boa leitura!
Principais distúrbios de aprendizagem
A dificuldade de aprendizagem ocorre quando uma criança não obtém os mesmos resultados que a média dos seus colegas na mesma faixa etária. Essa dificuldade pode ter causas emocionais, culturais e cognitivas, entre outras. Esses são alguns caminhos para diagnosticar o Transtorno Específico de Aprendizagem.
Na verdade, a própria metodologia utilizada pela escola pode influenciar na forma como a criança absorve o conhecimento. A falta de estímulo e o ambiente doméstico caótico também podem contribuir para essa dificuldade e para o desenvolvimento do Transtorno Específico de Aprendizagem.
Conheça, a seguir, alguns dos principais distúrbios de aprendizagem diretamente associados ao transtorno.
Dislexia
Dificuldade de leitura que se origina no não-reconhecimento da conexão entre os símbolos gráficos (letras e números) e fonemas (sons das palavras).
Disgrafia
Ocorre quando o estudante apresenta problemas de escrita, como troca e inversão de letras, erros de ortografia, subtração e adição de letras, entre outros.
Discalculia
Mais relacionado com a matemática, é um problema que afeta a capacidade de fazer cálculos, organizar o pensamento aritmético e realizar operações numéricas.
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
Além dos Transtornos Específicos de Aprendizagem, há outros fatores que podem influenciar no desempenho escolar das crianças. Alunos inquietos, impulsivos e com dificuldade de concentração podem ser portadores do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Essa condição pode ter origens genéticas e impactos neurológicos. No entanto, ela precisa ser tratada de forma separada dos distúrbios de aprendizagem, pois é classificada em outra categoria — e traz prejuízos que vão além das fronteiras da sala de aula.
Como fazer o diagnóstico
É importante que pais e professores conheçam as características das principais causas de dificuldades de aprendizagem nas crianças, mas isso não significa que eles sejam capazes de diagnosticar o que, de fato, ocorre com seus filhos e alunos.
Ao perceber que o desempenho escolar da criança não está no nível que poderia alcançar, é fundamental observar se há características de um distúrbio de aprendizagem em seu comportamento. Mas o diagnóstico deve ser feito por um profissional. Entre os especialistas que podem identificar de forma mais clara qual distúrbio afeta a criança, estão:
- psicólogos;
- neuropsicólogos;
- psiquiatras;
- psicopedagogos;
- neurologistas;
- fonoaudiólogos.
O ideal é que mais de um profissional seja consultado, para que a investigação seja mais completa e proporcione resultados mais eficazes. Além disso, há características neuropsicológicas importantes que serão identificadas por especialistas, tais como:
- dificuldades na linguagem;
- trocas e omissões de fonemas;
- dificuldades com rimas;
- falhas na nomeação;
- dificuldade na categorização;
- problemas com as noções de quantidade.
Para você ver como isso é importante, um número crescente de crianças vêm sendo medicadas para distúrbios de aprendizagem desnecessariamente. Afinal, há alternativas de tratamento que não demandam o uso de remédios.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o uso de estimulantes que têm sido receitados em larga escala apesar das preocupações acerca de seus efeitos colaterais e o potencial para abuso de substâncias.
A recomendação da entidade é de que se utilize Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) e treinamento relacionado a habilidades sociais antes da aplicação de medicação em crianças com o transtorno.
Terapia Cognitiva Comportamental como forma de tratamento
Em função de problemas cognitivos, as pessoas tendem a gerar respostas emocionais negativas, o que traz prejuízos para a vida de forma geral — entre eles estão ansiedade, raiva e depressão. Isso pode ocorrer também em um cenário de dificuldades escolares.
A Terapia Cognitiva Comportamental surge como oportunidade de tratamento para a criança com dificuldade de aprendizagem, justamente por sua potencialidade de trabalhar “o aqui e o agora”. Isso significa aprender a lidar com um acontecimento atual — como a dificuldade de aprender — e entender como isso influencia o presente.
Na TCC, o paciente e o terapeuta vão descobrindo, juntos, os padrões de comportamento que são a base das dificuldades de aprendizagem. Por meio de técnicas e estratégias específicas, a terapia permite identificar as causas para o problema e abordá-las de forma que os estudantes sejam beneficiados.
Espero que você tenha apreciado este artigo. Considere a TCC como alternativa para tratar a criança com dificuldade de aprendizagem, visto que, além de essa ser a terapia recomendada pela OMS, seus resultados costumam ser satisfatórios na busca por uma vida mais saudável e repleta de conhecimento. Leia mais a respeito do tema e entenda como a TCC pode ajudar sua família.
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