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Doença da mentira: entenda o problema do excesso

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Doença da mentira: entenda o problema do excesso

Se alguém disser a você que não mente, abra o olho, pois a pessoa não está sendo honesta. Contar inverdades e maquiar a realidade é um traço instintivo do ser humano, e o papel que essa ação exerce em todas as esferas da nossa vida é frequentemente negligenciado. Porém, quando vira compulsão, a condição se caracteriza como a doença da mentira.

Também conhecido como mentira patológica, pseudologia fantástica e mitomania, esse distúrbio comportamental vai além do que é socialmente aceitável. Entretanto, o chamado mitômano não age dessa forma para tirar proveito das situações, mas sim para aliviar alguma dor psicológica.

Você sabe como diferenciar a doença da mentira daquilo que é natural? Vem comigo, porque é sobre isso que falo aqui!

Por que mentimos?

Mentir é apenas um dos elementos do vasto repertório de comportamentos do ser humano. Muitos pesquisadores acreditam que a mentira surgiu tão logo criamos a linguagem e que foi um mecanismo importante para a evolução da nossa sociedade.

Quem mente procura obter uma vantagem específica em algum âmbito: profissional, financeiro, pessoal ou sexual. De fato, mentir é um jeito mais fácil de alcançar o poder, quando comparado a outras estratégias, como a agressão física.

A mentira faz parte da nossa vida. Ou você vai dizer que sempre há sinceridade em frases como “Vamos marcar algo”, “Aparece lá em casa”, “Te ligo semana que vem”, “Isso nunca aconteceu comigo antes” ou “Adorei o presente”?

Esses são exemplos considerados inofensivos, que entram na categoria de mentiras brandas ou sociais. Inclusive, especialistas em psicologia social afirmam que a ausência da mentira seria um desastre para as nossas relações interpessoais. Interessante, né?

Como identificar a doença da mentira?

Ao contrário do mentiroso esporádico ou tradicional (que recém comentei), que mente para obter benefícios específicos, o mitômano encontra na mentira o alívio para uma dor psicológica.

De modo geral, ele faz isso para se sentir confortável com a própria vida, para parecer mais interessante ou para se sentir amado e aceito em grupos sociais nos quais acredita ser incapaz de entrar.

Para identificar a doença da mentira, é importante observar com atenção as características dos padrões comportamentais do mitômano, tais como:

  • a pessoa não sente culpa nem medo de ser descoberta;
  • seus relatos costumam ser muito tristes ou muito alegres;
  • os grandes feitos são contados sem motivo ou ganho aparente (as histórias não são usadas para alcançar recompensas ou tirar vantagens de situações);
  • as respostas são elaboradas, mesmo para as perguntas rápidas;
  • o indivíduo descreve com extremo detalhe os acontecimentos;
  • em suas histórias, a pessoa é vítima ou heroína;
  • as mesmas histórias têm diferentes versões;
  • o enredo não é inteiramente improvável e contém referências à realidade.

Em outras palavras, o mitômano tem uma imagem social de si mesmo e busca atingi-la por meio da mentira, fazendo o outro acreditar nessa imagem que não existe ou que não é totalmente verdadeira. Ao contrário das pessoas que mentem dentro do que consideramos normal, o compulsivo simplesmente não consegue parar.

Quais são as causas da mitomania?

Quando mentir se torna uma compulsão, tudo muda de figura. É preciso voltar a atenção para o caso, a fim de identificar o que desperta esse comportamento.

As causas da doença da mentira ainda são incógnitas, mas o histórico e as experiências de vida, os relacionamentos sociais e a relação com os pais na infância são os fatores que influenciam o seu desenvolvimento. Ou seja, há componentes psicológicos e ambientais enredados nessa trama.

Como expliquei ao longo do post, acredita-se que a baixa autoestima, o desejo de sentir-se amado e a tentativa de proteger-se de momentos constrangedores apontam o início da doença.

Há tratamento para a condição?

Se você se identificou com as questões que levantei ou conhece alguém que sofre da doença da mentira, saiba que há tratamento para o distúrbio. A psicoterapia traz benefícios e ajuda o mitômano a compreender quais são as razões que o levam a criar as mentiras.

A partir do momento em que se entende o porquê de essa vontade surgir, é possível mudar os hábitos e os padrões comportamentais. Com a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), a pessoa consegue reconhecer as situações em que sua compulsão é ativada e pode voltar os esforços para agir de modo diferente ou se afastar desses cenários.

Como você viu, a mentira permeia muitas esferas da nossa vida, e fica difícil imaginar como funcionaria uma sociedade cujas pessoas apenas falassem a verdade. Porém, a doença da mentira merece atenção como qualquer outro distúrbio psicológico, e sessões de terapia são o tratamento mais eficaz.

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