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Acostumar-se com a pandemia é normal? Veja por que isso acontece!

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Acostumar-se com a pandemia é normal? Veja por que isso acontece!

Faz mais de um ano que a OMS declarou ser global o surto do coronavírus descoberto no fim de 2019, uma crise que tem testado o nosso poder de resiliência. Em poucos meses, tivemos profundas transformações na nossa rotina social, profissional e pessoal. Tudo isso enquanto acompanhamos a corrida das vacinas e o aumento avassalador do número de mortes.

Nesse cenário, surge a pergunta: é normal acostumar-se com a pandemia? Ainda, por que algumas pessoas parecem mais conformadas do que outras? As reflexões deste post giram em torno dessas questões. Vem comigo?

É normal acostumar-se com a pandemia?

Sim. Por mais incrível que isso possa parecer, o nosso cérebro tem a característica de se acostumar com o que ocorre no ambiente e dentro do nosso corpo, especialmente quando vivenciamos tais acontecimentos por certo número de dias seguidos: é assim que se formam os hábitos.

Aquilo que fazemos todos os dias (ou com grande frequência) torna-se automático. Por exemplo, no início da pandemia, aposto que você se esqueceu algumas vezes de sair de casa com a sua máscara. Hoje, é provável que você nem precise mais pensar a respeito disso quando está na rua, acertei?

Com as situações que acontecem ao nosso redor é a mesma coisa, tudo porque o cérebro foi submetido e condicionado a evitar o estresse. O que era assustador no princípio, torna-se normal depois de um tempo.

O efeito entorpecente dos altos números

A Neurociência tem outra explicação para o fato de algumas pessoas se acostumarem com a pandemia: nosso cérebro tem dificuldades de compreender números grandes, que fogem das proporções da vida cotidiana.

Para você ter uma ideia, 1 milhão de segundos equivale a 11 dias, enquanto 1 bilhão de segundos é o mesmo que 31 anos. Então, é comum as pessoas não entenderem a dimensão do problema quando a quantidade de mortes chega a centenas de milhares, porque esse universo foge da compreensão da mente humana.

Além disso, a área da empatia (que fica no córtex pré-frontal do cérebro) é ativada com mais intensidade frente a situações com uma só pessoa do que quando assistimos a eventos envolvendo um grande grupo. Isso porque a realidade é uma interpretação do cérebro aos estímulos externos, que registra apenas aquilo que vê ou sente de forma concreta.

Como nenhuma pessoa viu ou verá essa quantidade de pessoas que se foram por causa da Covid-19, tendemos a nos acostumar com a pandemia. Por outro lado, ter contato com a doença de uma pessoa pode nos fazer despertar.

Por que há diferença na reação das pessoas?

Sob a perspectiva da Psicologia, a personalidade e o apego de cada pessoa determinam quais mecanismos de enfrentamento da realidade serão ativados. Existem pessoas mais extrovertidas, outras mais ansiosas, umas mais emocionalmente equilibradas, outras mais impulsivas e caóticas…

Esse é um dos principais motivos para que a gente observe diferenças na reação das pessoas diante da pandemia e das suas consequências. Então, os mecanismos para suportar as adversidades e as respostas após esta fase desafiadora vão depender do modo de ser de cada indivíduo.

Como expliquei há pouco, a experiência individual também influencia esse quadro. Assim, o luto, a perda do emprego ou a exaustão no home office são fatores que impactam a maneira como cada pessoa está enfrentando a pandemia.

O que fazer se você estiver nessa condição?

Mesmo que habituar-se seja da natureza do cérebro humano, na vida em sociedade é importante não nos acostumarmos com as tragédias, principalmente se há indícios de que elas poderiam ter sido evitadas, pelo menos em sua proporção. Por isso, precisamos exercitar o nosso pensamento crítico, tentando ser mais racionais ao nos depararmos com um alto número de mortes, por exemplo.

Por um lado, é necessário entender que somos todos vulneráveis, porém não impotentes. Ou seja, enfrentaremos as mudanças, mas nem todas precisam ser negativas. É hora de refletirmos sobre os nossos valores e resgatarmos a nossa humanidade. Em contrapartida, também é tempo de mobilizações coletivas em prol de condições favoráveis para lidarmos com as adversidades da vida moderna.

Muito bem, agora você já sabe por que acostumar-se com a pandemia não é incomum. Porém, ao entendermos como o nosso cérebro funciona, podemos ser mais racionais para fugirmos da conformação diante das calamidades.

Que tal compartilhar o post para que mais pessoas saibam disso também?

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