O que são crenças centrais e como a TCC pode melhorá-las?

Existem diversos tipos de terapias psicológicas. Cada uma delas, baseada em sua teoria original, sua perspectiva e seu foco de ação, propõe uma abordagem específica no paciente para alcançar o objetivo terapêutico: facilitar uma mudança que promova o bem-estar do indivíduo.

A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), por exemplo, busca solucionar problemas atuais de uma pessoa, modificando os pensamentos distorcidos que ela tem sobre si mesma — o que chamamos de crenças centrais — e que a levam a desenvolver quadros de Transtornos de Ansiedade, Fobia Social, Transtorno de Pânico, Transtornos Depressivos, entre outros.

Afinal, o que são exatamente as crenças centrais e como a TCC pode ajudar alguém a reformular seus próprios pensamentos? Continue por aqui, pois é sobre isso que falarei a seguir.

O que são crenças centrais?

As crenças centrais (ou nucleares) são entendimentos que as pessoas têm de si mesmas, sobre o mundo e sobre os outros, tão fundamentais e profundamente enraizados na psique que com pouquíssima frequência são questionados — isto é, são tomados como verdades absolutas. Normalmente essas compreensões são acompanhadas de frases do tipo “eu sempre fui assim” ou “sempre foi assim”.

Além disso, essas crenças costumam ser globais e supergeneralizadas. Por exemplo, digamos que o seu chefe tenha chamado a sua atenção por conta de um trabalho que você entregou, ou que o seu parceiro romântico tenha terminado o relacionamento com você. Seus pensamentos automáticos são: “eu faço tudo errado”, “eu sou um fracasso”, “ninguém me ama mesmo”, “eu sempre estarei só” etc.

Como consequência, você se isola e alimenta pensamentos disfuncionais e destrutivos sobre si. Percebe como essas crenças são rígidas, inflexíveis e não levam em consideração inúmeras variáveis como o chefe estar exigindo demais de você, você ter cometido apenas um erro ou seu parceiro ter outros objetivos de vida?

Na Terapia Cognitiva Comportamental, as crenças centrais são:

• desamparo — a pessoa pensa ser frágil, vulnerável, carente, incapaz, incompetente, fracassada, descontrolada, inadequada. Pensamentos recorrentes são: “não consigo mudar”, “não sou bom o suficiente”, “não consigo fazer isso”, “jamais aprenderei isso”;
• desamor — o indivíduo acredita ser indesejável, indigno de amor, defeituoso, imperfeito, sem atrativos, abandonado, rejeitado, sozinho. Pensamentos recorrentes são: “não sou bom nem querido o suficiente para ser amado e desejado”, “serei sempre rejeitado”;
• desvalor — a pessoa tem a ideia de não ter valor algum, louca, lixo, derrotada, cruel. Pensamentos recorrentes são: “não mereço nada”, “não mereço viver”, “não sou digno de atenção”, “não tenho valor, sou um lixo”; “sou cruel; “sou mau”.

A partir de uma crença central surgem as crenças intermediárias, que são regras, pressupostos e atitudes que alguém toma como verdade. Por exemplo, “é terrível ser inadequado”, “se eu fizer tudo o que os outros querem, serei amado”, “se eu não trabalhar arduamente, serei um fracassado”, “eu deveria ser excelente em tudo o que faço”, “eu vou me autossacrificar sempre”.

Esses esquemas resultam na distorção da realidade e contribuem para o desenvolvimento de transtornos psicológicos. Quando uma pessoa está bem ajustada, faz concessões ou flexibilizações para observar e avaliar as frustrações e os eventos da vida de forma mais realista.

Como a Terapia Cognitiva Comportamental pode ajudar?

A Terapia Cognitiva Comportamental pode ajudar a pessoa a sair desse ciclo destrutivo, pois sua principal meta é identificar as crenças centrais e questionar a sua veracidade. Visto que a TCC trabalha com a hipótese de que as emoções e os comportamentos das pessoas são influenciados pela sua percepção e sua interpretação dos acontecimentos, o objetivo é reestruturar o modo como se processa as informações.

Depois que o psicólogo identifica os padrões de pensamento (foco cognitivo) e o modo como o paciente se comporta (foco comportamental) diante das suas próprias emoções, ele propõe técnicas e ferramentas para alterar esse padrão disfuncional. Essas técnicas treinam o paciente para reestruturar os seus pensamentos, resolver problemas e desenvolver habilidades para levar uma vida mais saudável.

Na TCC, o psicólogo tem um papel ativo e foca o momento presente para ajudar o paciente a encontrar pensamentos alternativos, desativando as crenças centrais. Dessa forma, a pessoa passa a ter comportamentos construtivos e funcionais, de forma consolidada e permanente.

Com o passar do tempo (cerca de 30 sessões), o paciente adquire autonomia para lidar com as situações da vida por conta própria, sem se prejudicar. Portanto, a TCC auxilia na reestruturação dos processos cognitivos distorcidos para alterar os comportamentos sintomáticos gerados pelas crenças centrais.

Identificou-se com algum desses pensamentos? Gostaria de saber como a Terapia Cognitiva Comportamental pode melhorar a sua vida? Então, entre em contato conosco agora mesmo e marque um horário!