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Saiba identificar um comportamento suicida com 4 indícios

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Saiba identificar um comportamento suicida com 4 indícios

O comportamento suicida pode ser ocasionado por diversos fatores, no entanto, a depressão está diretamente envolvida na maioria dos casos. Quando não é ela a culpada, outros transtornos psíquicos costumam ser os responsáveis por levar alguém a um ato consciente que resulte na própria morte.

Falar sobre o assunto não é algo simples, afinal, o tema ainda é considerado um tabu em nossa sociedade. A forma como o suicídio é abordado também deve ser cuidadosa, para que a conversa não sirva de gatilho e faça com que o indivíduo depressivo decida cometê-lo.

Neste artigo, vou tratar das manifestações do comportamento suicida, quais as suas principais causas, como observar indícios em parentes e amigos e, finalmente, como a Terapia Cognitiva Comportamental pode ajudar no tratamento.

Para começar, vou conceituar o que é um comportamento suicida. Vamos lá?

O que é um comportamento suicida

Durkheim definia o suicídio como toda a morte que resulta de um ato executado pela própria vítima, no qual ela tinha consciência de que a ação traria esse desfecho. Mesmo a tentativa de tirar a própria vida já faz parte do chamado comportamento suicida.

Esse comportamento é caracterizado, basicamente, por dois elementos: o suicídio consumado, no qual o tal ato executado pela própria vítima resulta na sua morte, e a tentativa de suicídio, que se trata de um ato com a intenção de tirar a própria vida, mas que acaba não obtendo o resultado desejado.

Como o comportamento se manifesta

O comportamento suicida se manifesta quando o indivíduo tenta, por ação própria, acabar com sua vida. Isso pode ocorrer por meio do uso de armas de fogo, ingestão de remédios, automutilação, enforcamento, queda de grandes alturas, afogamento, entre outras formas.

Principais causas do comportamento suicida

De forma geral, o comportamento suicida é uma consequência de uma doença psíquica. Na maioria dos casos, a depressão está diretamente envolvida com as tentativas de suicídio. Mais de 50% dos casos estão relacionados ao Transtorno Depressivo Maior ou, ainda, ao Transtorno Bipolar.

Em alguns casos, o surgimento da depressão é ocasionado por outro fator, como o surgimento de uma doença em que não há cura ou que é de difícil tratamento, como AIDS e câncer, para citar dois exemplos.

Em outras ocasiões, doenças que afetam diretamente o sistema nervoso podem fazer com que o paciente tente tirar sua própria vida, tais como esclerose múltipla, traumatismo craniano ou epilepsia, por exemplo.

Os pontos extremos da vida — a infância e a velhice — também podem ser o cenário no qual um comportamento suicida aparece. Doenças crônicas que ocasionam o convívio diário com dores, especialmente em pessoas idosas, podem provocar essa atitude.

Por outro lado, experiências traumáticas na infância também surgem como gatilho para que tal comportamento se manifeste — às vezes, apenas anos depois, quando o paciente já é adulto.

O abuso de bebidas alcoólicas é outro fator de risco para o comportamento suicida. Sabe-se que o consumo de álcool em excesso está associado à depressão. Além disso, cerca de 30% das pessoas que tentam tirar a própria vida consomem bebidas alcoólicas antes do ato, de acordo com pesquisa da Universidade de São Paulo (USP).

Dados sobre suicídio no Brasil e no mundo

A seguir, apresentarei alguns dados relevantes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde sobre suicídio em todo o mundo:

  • aproximadamente 800 mil pessoas morrem anualmente em todo o mundo, por conta do suicídio;
  • entre pessoas de 15 e 29 anos de idade, o suicídio é a segunda maior causa de morte a nível global;
  • no Brasil, entre 2007 e 2016, um total de 106.374 pessoas morreram por suicídio;
  • apenas em 2016, a taxa de suicídio no país ficou em 5,8 pessoas a cada 100 mil habitantes.

4 indícios do comportamento suicida

A seguir, listarei indícios do comportamento suicida, ou seja, algumas “dicas” que os suicidas podem dar antes de tentarem tirar a própria vida. Acompanhe.

1. Ameaçar tirar a própria vida

Existe um ditado que diz: “quem muito fala, pouco faz”. Também há outro que diz que “cão que ladra, não morde”. Do ponto de vista psicológico, no entanto, esse tipo de dito popular não tem nenhum embasamento científico.

Quando se fala em comportamento suicida, menos ainda. É fato que indivíduos que manifestam claramente o desejo de tirar a própria vida devem ser levados a sério, pois as palavras podem se transformar em ação.

2. Organizar a vida

É comum que suicidas tentem organizar ao máximo a vida antes de tentarem cometer o ato. Pagamentos de dívidas, visitas e telefonemas a amigos e familiares que não vê há muito tempo, pedidos de desculpas inesperados e outros comportamentos que denotem a resolução de pendências podem estar associados ao comportamento suicida.

3. Isolar-se

O ato de se isolar, associado à tristeza excessiva, pode ser outra “dica” dada pelo suicida. A dificuldade de se relacionar com outras pessoas, de trabalhar ou mesmo de desempenhar atividades que antes eram prazerosas devem ser consideradas sinais de alerta para depressão. Se não for tratada, a doença pode resultar em uma tentativa de suicídio.

4. Aparentar tranquilidade logo após período de estresse

Uma pessoa que vive uma grande tristeza, decepção ou, ainda, que passa por uma perda traumática e, em seguida, demonstra uma tranquilidade fora do normal, deve ser observada com cuidado. Afinal, decidir-se pelo suicídio costuma acalmar os ânimos do indivíduo, por considerar que os problemas serão resolvidos com a sua morte.

Prevenção com a Terapia Cognitiva Comportamental

O suicídio deve ser encarado como um problema de saúde pública e que pode ser evitado. No entanto, o trabalho deve ser preventivo, e não apenas direcionado a quem já desenvolveu uma depressão ou outra doença que possa levar ao comportamento suicida.

Estima-se que 90% dos casos de suicídio estão atrelados a problemas psiquiátricos. Desta forma, o acompanhamento especializado com psiquiatras e psicólogos, em casos de depressão ou outros transtornos, é essencial para prevenir que o pior aconteça.

Uma das grandes aliadas neste desafio é a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), que ajuda os pacientes a identificar pensamentos disfuncionais. Visto que é comum que os suicidas tenham ideias relacionadas a perfeccionismo, agressividade, desesperança e impulsividade, o terapeuta tem condições de provocar no paciente a reflexão a respeito dessa forma de lidar com suas questões.

Por meio de técnicas específicas da TCC, surge a oportunidade de abrir um caminho de diálogo e entendimento sobre a forma de o paciente pensar e enxergar o mundo. É a partir daí que a cura para a causa que o esteja levando a ter um comportamento suicida começa a ser encontrada.

No artigo, busquei abordar de forma clara e embasada as principais causas, características, indícios e formas de tratamento para evitar que um comportamento suicida resulte na morte de pessoas queridas. Lembro que, em situações de crise, o Centro de Valorização da Vida (CVV) está à disposição durante 24 horas por dia para evitar que uma vida se perca. O telefone do CVV é o 188.

Caso tenha percebido indícios de um comportamento suicida em um ente querido, entre em contato conosco. Estamos à disposição para auxiliar na defesa da vida.

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