O que é Transtorno Depressivo Maior e como tratá-lo
Sentir-se constantemente cansado, desanimado, triste, sem ter prazer em atividades que costumavam ser agradáveis, com problemas de sono e apetite, entre outros sintomas, pode ser um sinal de alerta para algo mais profundo. Neste artigo, vou falar sobre o que é Transtorno Depressivo Maior — mais popularmente conhecido como depressão.
A doença deve ser diagnosticada a partir das orientações do DSM-5, da Associação Americana de Psiquiatria (APA), segundo o qual cinco ou mais sintomas precisam estar presentes durante pelo menos duas semanas, e um deles deve ser humor deprimido ou perda de interesse ou prazer. Somente assim o transtorno deve ser diagnosticado.
Continue a leitura para saber mais a respeito da doença — que afeta 5,8% dos brasileiros, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde — e de como tratá-la.
Sintomas da depressão
O Transtorno Depressivo Maior é uma doença na qual os pacientes demonstram estar com humor deprimido durante boa parte do tempo. A desesperança no futuro, a tristeza e uma sensação de vazio e falta de vontade de desempenhar atividades — das mais corriqueiras às mais complexas — também estão entre as características mais marcantes da depressão.
Embora a doença seja provocada por uma disfunção bioquímica no cérebro, ela se manifesta mais comumente em situações que envolvem o rompimento de um relacionamento, a perda de um familiar querido, a falta de emprego e de perspectivas, entre outros fatores.
Conheça, a seguir, os principais sintomas do Transtorno Depressivo Maior:
- desânimo;
- tristeza;
- cansaço/fadiga;
- falta de vontade de desempenhar qualquer atividade;
- falta de energia;
- insônia ou hipersonia (sono em excesso);
- ganho ou perda de peso (falta de apetite ou fome em excesso);
- dificuldade de concentração;
- perda da libido;
- sensação de inutilidade;
- pensamentos negativos;
- vontade de morrer;
- pensamentos suicidas;
- dificuldade em procurar ajuda.
O que é o Transtorno Depressivo Maior nas mulheres
As mulheres são mais comumente afetadas pela depressão. Elas se tornam mais vulneráveis, especialmente, em função das alterações hormonais pelas quais passam ao longo dos anos — ciclos menstruais, gravidez, parto e menopausa.
Aquelas que se tornam mães correm o risco, ainda, de desenvolver a chamada depressão pós-parto, também por razões hormonais. A condição deve ser observada com bastante atenção, em função de ter como uma de suas consequências, inclusive, o infanticídio (assassinato do próprio filho).
A depressão pós-parto, no entanto, é uma doença profunda e que tem duração mais prolongada — diferente de uma leve sensação de melancolia que as mães costumam sentir entre cinco e sete dias após terem dado à luz.
Depressão na menopausa
O fim do ciclo reprodutivo e novas alterações hormonais levam muitas mulheres a desenvolverem a depressão na menopausa. Esse período deve ser igualmente acompanhado com atenção, e a paciente encaminhada para tratamento sempre que necessário.
Depressão masculina
Nos homens, o desenvolvimento do Transtorno Depressivo Maior é mais comum na transição entre a adolescência e a idade adulta, podendo se prolongar até a faixa dos 40 anos — justamente o período de maior produtividade e de atribuição de responsabilidades.
Depressão na terceira idade
Embora possa ocorrer em qualquer idade, a depressão costuma agir em determinados períodos de transição, mesmo que o paciente nunca tenha apresentado sintomas da doença anteriormente.
Na velhice, é comum o surgimento do transtorno, que geralmente é confundido com uma perda de vitalidade e energia natural pela idade avançada, mas que nem sempre é o caso. É necessário estar atento, pois é possível buscar tratamento e promover uma melhor condição de vida para pessoas acima dos 60 anos.
Terapia Cognitiva Comportamental e outros tratamentos
A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) é uma das formas mais eficazes de tratamento da depressão. A recomendação para a procura de ajuda profissional ocorre sempre que o paciente percebe que tem mais de um dos sintomas diretamente relacionados ao transtorno.
Naturalmente, o uso de medicamentos antidepressivos costuma ser indicado na maior parte dos casos, mas a associação de remédios à psicoterapia, em geral, traz resultados mais consistentes e duradouros no tratamento do Transtorno Depressivo Maior.
A TCC auxilia o paciente a identificar pensamentos disfuncionais causados pela doença. Ideias de desvalor, incapacidade, inferioridade perante amigos e familiares, entre outros sintomas comuns a quem sofre de Transtorno Depressivo Maior são trabalhados nas sessões de terapia. O objetivo é fazer com que o paciente perceba que tais ideias não são realistas e aprenda a lidar com situações de conflito de forma equilibrada.
Embora a avaliação médica seja imprescindível e o uso de medicamentos possa ter um impacto bastante rápido nos sintomas da depressão, a TCC ajuda o paciente a reestruturar sua vida como um todo, especialmente levando-se em conta que as causas para o desenvolvimento do transtorno, em geral, não se limitam a um único acontecimento.
Atividades físicas
A prática de atividades físicas também é um excelente complemento no tratamento do Transtorno Depressivo Maior. Seus efeitos benéficos se dão pela maior produção de dois hormônios que são liberados graças a essa prática: a endorfina e a dopamina.
A primeira está associada à sensação de bem-estar e prazer, enquanto a segunda é conhecida pelo relaxamento que proporciona após a realização de atividades físicas. A prática de exercícios em uma academia ou com o apoio de um personal trainer, andar de bicicleta, realizar caminhadas e corridas são algumas das atividades indicadas para pessoas com depressão.
Alterações no estilo de vida
A TCC também orienta os pacientes a promover mudanças no estilo de vida, sempre que necessário. O consumo excessivo de álcool e drogas, má alimentação e outros hábitos nocivos à saúde do corpo devem ser evitados, pois também prejudicam a mente.
Neste artigo, procurei esclarecer quais são as principais características da depressão, esmiuçando a doença — seus sintomas, causas e origens, pessoas mais predispostas a desenvolverem o transtorno e, ainda, como a Terapia Cognitiva Comportamental pode auxiliar na busca pela cura.
Sabe-se que a depressão atinge uma parcela considerável da população brasileira — somos o país com o maior índice de casos do transtorno na América Latina — e que as consequências da doença podem ser trágicas. No entanto, quando se define o que é Transtorno Depressivo Maior, também é necessário dizer que ele pode ser tratado com bastante sucesso na maior parte dos casos.
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Comentário (1)
Depressão.