O que são gatilhos emocionais? Saiba como lidar com eles
Muito tem se falado sobre o assunto, mas diversas pessoas ainda se perguntam o que são gatilhos emocionais (ou gatilhos psicológicos) e como lidar com eles. Tratados muitas vezes com zombaria, esses estopins existem e estão fundamentados na literatura da psicologia, devendo ser abordados com seriedade.
Como são muito repentinos, os gatilhos têm o potencial de tornar alguns pensamentos disfuncionais. Estes, por sua vez, podem levar a pessoa a ter comportamentos desesperados (como automutilação e suicídio) no intuito de se livrar das emoções negativas.
Então, para começar, que tal entender o conceito de gatilho emocional? Vem comigo!
O conceito de gatilho emocional
Os gatilhos emocionais (também chamados de gatilhos psicológicos) podem ser pessoas, palavras, opiniões ou situações que provocam uma reação emocional intensa e excessiva dentro de nós. Entre as emoções mais corriqueiras quando um gatilho é desencadeado estão a raiva, a tristeza e o medo.
Embora muitos considerem uma bobagem, o assunto é sério e tem fundamento teórico dentro da psicologia. O perigo dos gatilhos é que praticamente qualquer coisa pode desencadeá-los, e suas variações dependem das crenças, dos valores e das experiências anteriores de cada indivíduo. Por isso, aquilo que é um gatilho para uma pessoa, não é para outra, o que torna o tratamento dessa condição um pouco mais complexo.
Determinado tom de voz, tipos de pessoa com quem se precisa lidar, pontos de vista específicos defendidos por alguém e, às vezes, até mesmo uma simples palavra usada no dia a dia podem desencadear uma reação emocional.
Os sintomas gerados pelos gatilhos psicológicos
Embora o termo tenha tomado conta da internet virando um meme, a graça em torno dele vai só até a página 2. Um gatilho tem o poder de provocar emoções intensas que, muitas vezes, podem comprometer a estabilidade emocional de uma pessoa.
Portanto, é importante prestar atenção aos sinais que demonstram o impacto causado por um gatilho emocional. Entre eles, destaco:
- raiva;
- crises de ansiedade ou pânico;
- perda de controle;
- episódios de depressão;
- estresse;
- medo;
- tristeza;
- culpa;
- sensação de vazio;
- baixa autoestima;
- flashbacks de situações passadas;
- sentimento de inferioridade ou de julgamento.
Separei os sintomas mais comuns, mas lembre-se de que cada pessoa é única e as formas como cada uma vai reagir aos estímulos externos também serão, ok?
As melhores formas de lidar com gatilhos emocionais
Visto que os gatilhos psicológicos são muito singulares e se manifestam de diferentes maneiras, nem sempre é fácil evitar a exposição a eles no dia a dia. Porém, como estão relacionados a traumas internos, as suas consequências são preocupantes, e é importante tomar alguns cuidados para preservar-se do desgaste mental.
Pratique o autoconhecimento
As respostas para os nossos conflitos internos costumam estar dentro de nós. Dessa forma, é fundamental conhecer-se a fundo para poder identificar os gatilhos psicológicos a tempo de fugir deles, ou reconhecê-los para tratar os seus efeitos.
Para isso, pratique a auto-observação e questione os seus sentimentos. Procure recapitular os acontecimentos, tentando encontrar a origem de tal irritabilidade, tristeza, inquietação etc. Faça perguntas do tipo “por que estou me sentindo assim?” e “o que fez o meu humor mudar?”.
Lembre-se de que isso vale para emoções negativas e positivas, ok? Outra coisa, a quietude é essencial para alcançar o autoconhecimento, e técnicas de meditação são perfeitas para silenciar a mente.
Dê nome ao gatilho
Entender o que desencadeia os gatilhos e até mesmo nomeá-los e listá-los é fundamental para poder se proteger deles. Ao saber o que faz a reação emocional surgir, fica mais fácil evitar que ela ocorra. Quando não dá para desviar do gatilho, ao menos você já tem alguns mecanismos para lidar melhor com ele.
Encontre a origem do gatilho
Saber de onde o gatilho se origina — uma situação vivida na infância, uma experiência negativa em um relacionamento amoroso ou, ainda, uma vivência traumática no trabalho — também é de essencial importância. A partir daí, pode-se procurar compreender mais a respeito durante as sessões de psicoterapia e, assim, superar esse momento difícil.
Compartilhe informações com familiares e amigos
Ter pessoas próximas que conheçam os seus gatilhos emocionais é muito bom por duas razões. Primeiro, porque elas saberão evitá-los quando estiverem perto de você. Segundo, porque caso não seja possível evitar, elas saberão acolher você e dar o suporte necessário à reação emocional resultante.
Seja gentil consigo
Lembre-se sempre de praticar a gentileza consigo. Não se martirize por ter se afetado por um gatilho emocional nem diminua a importância desse impacto considerando o motivo “bobo” demais para a sua reação. Entenda que as respostas geradas pelos gatilhos são automáticas e, muitas vezes, inevitáveis.
Então, não se cobre tanto e tente fazer de cada momento um aprendizado de si, questionando os porquês dos seus sentimentos. Mesmo que você não consiga escapar da fonte do gatilho antes que ele aconteça, saber exatamente o que te afetou torna muito mais fácil a sua recuperação depois.
Além disso tudo, é importante:
- tirar sua atenção da pessoa ou situação que provocou o gatilho e concentrar-se na respiração;
- afastar-se da situação e esfriar a cabeça antes de retornar;
- encontrar o humor na situação, sempre que possível (o que não significa minimizá-la ou desprezar seus sentimentos) — essa dica demanda um pouco mais de maturidade e autoconhecimento;
- perguntar-se por que o gatilho está sendo acionado, de forma que se possa neutralizar a fonte.
O suporte da Terapia Cognitiva Comportamental aos gatilhos emocionais
A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) trabalha com uma série de transtornos, fobias e dificuldades emocionais. Por meio de técnicas específicas e do tratamento individualizado e focado na vivência de cada paciente, ela é uma das formas mais recomendadas de psicoterapia para lidar com gatilhos.
Há diversas evidências de que as intervenções psicoterápicas geram mudanças expressivas nas crenças centrais, nas emoções, nos pensamentos e nos comportamentos das pessoas. Tais intervenções estão ligadas à redução da ativação da amígdala, estrutura presente no nosso cérebro, que desempenha um papel central na formação das nossas emoções.
Então, durante as sessões, o psicólogo especialista em TCC ensina meios de reprogramar e reeditar algumas conexões neurais, para que o próprio paciente regularize seus sistemas emocional e comportamental. Assim, as crenças irracionais são substituídas por crenças mais adaptativas, e os pensamentos disfuncionais dão lugar a concepções mais flexíveis.
Ou seja, são o bem-estar e uma vida mais confortável que te esperam ao longo desse tratamento psicoterápico.
Conseguiu entender o que são gatilhos emocionais ou gatilhos psicológicos e como se manifestam? Saiba que eles realmente existem e não podem ser menosprezados. Procure ajuda sempre que achar necessário e aprenda a se proteger de reações intempestivas e que podem prejudicar seu convívio social.
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