O que é a bolha social e como ela pode impactar na minha vida?
Aproximar-se de pessoas com interesses em comum é algo normal e esperado, mas será que você tem vivido em uma bolha social? Ter dificuldades para se relacionar com quem pensa diferente em questões políticas, torce para outro time ou gosta de músicas que você não curte, por exemplo, pode indicar isso.
Apesar de essa prática ser comum e até mesmo intuitiva na nossa sociedade, é preciso considerar também os impactos que isso traz na maneira com a qual você se relaciona com os outros e enxerga o mundo.
Mas o que é bolha social e quais podem ser as consequências dela no seu cotidiano? Confira as informações que eu reuni neste post para entender mais sobre o assunto!
O que é bolha social?
A ideia de uma bolha representa uma demarcação de espaço para se proteger e se distanciar do ambiente externo. Assim, uma bolha social é entendida como um grupo de pessoas que se unem por interesses semelhantes e acabam por excluir a participação de quem tem pensamentos contrários. Isso limita as relações e, de certa forma, protege o grupo, mantendo um equilíbrio. Afinal, há pouca margem para conflito ou discordância.
A existência de uma bolha social não é, do ponto de vista psicológico, simplesmente boa ou ruim. Na verdade, ela traz tanto aspectos positivos, como a intimidade e a segurança de relacionamentos próximos, quanto elementos negativos, já que limitar-se a conviver apenas com quem concorda conosco é perder oportunidades de crescimento.
Como perceber se você vive em uma bolha social?
A preferência por se relacionar com pessoas que tenham gostos parecidos com os seus não é um fenômeno novo. Basta lembrar que sempre existiram as chamadas “tribos”, em que as pessoas eram caracterizadas por um estilo semelhante — como o tipo de música preferida ou o modo de se vestir.
Mas algo novo apareceu nesse contexto nos últimos anos: as redes sociais. O avanço da internet marcou uma nova forma de se relacionar não só com as pessoas, mas também com as notícias e os fatos. Portanto, estar em uma bolha social pode representar alguns riscos.
Atualmente, não é raro ver pessoas interrompendo a relação com quem toma posicionamentos divergentes. Isso vai desde “deixar de seguir” a rede social de alguém ou até mesmo vivenciar grandes brigas e romper amizades íntimas.
Apesar de ser uma escolha válida quando você sente que seus amigos não compartilham valores que considera importantes, ela também denota a dificuldade em lidar com as diferenças. Assim, pode se transformar em um problema.
O que fazer para estourar a bolha social?
Identificar-se dentro de uma bolha social nem sempre é fácil. Mais complexo ainda é reconhecer que ela traz limitações e dificuldades que precisam ser alvo de reflexão. O clima de discussões inflamadas nem sempre dá espaço para isso, mas vale a pena pensar sobre o assunto.
Se você tem rompido — ou pensado em romper — relações de afeto por conta de divergências de qualquer ordem, procure refletir se essa atitude realmente faz sentido. Pese o histórico da relação, o carinho mútuo e os conflitos que têm surgido. Assim, é possível tomar decisões mais conscientes.
Além disso, experimente alargar os limites das suas relações para acolher pessoas diferentes. Faça o exercício de discutir ideias com empatia, compreendendo o ponto de vista do outro. Lembre-se, ainda, de que uma ideia em determinado assunto não representa toda a personalidade ou a vida de alguém.
Veja mais dicas que ajudam a se distanciar da sua bolha social, superando alguns limites!
Converse com pessoas que tenham pensamentos diferentes
Você já ouviu falar do Paradoxo da Intolerância? Essa é uma ideia desenvolvida pelo filósofo Karl Popper que fala sobre a importância de praticar a tolerância, ainda que isso envolva não tolerar a intolerância.
Parece confuso, não é mesmo? Você deve estar se perguntando o que esse conceito tem a ver com a bolha social. Em tempos de cultura do cancelamento e de algoritmos de redes sociais que facilitam o acesso somente ao que nos interessa, é muito mais intuitivo nos tornarmos intolerantes a ideias que se opõem ao que acreditamos.
Pense, ainda, que você definiu um objetivo de ser mais tolerante. Como estabelecer essa relação com pessoas que têm pensamentos diferentes do seu? O primeiro passo é ter contato com elas. Conversar com quem tem algo em comum é muito mais fácil, claro, mas isso não dispensa a necessidade de manter diálogos com outros pontos de vista.
A comunicação com quem pensa diferente ajuda a entender o que leva alguém a agir de uma maneira que você não concorda ou não agiria. É uma boa iniciativa para ter mais empatia, desenvolver a sua inteligência emocional e fugir um pouco da sua bolha. Na prática, significa aprender a tolerar outras pessoas, mesmo aquelas que não compartilham opiniões em comum, sem precisar abrir mão do que você acredita. Faz sentido?
Consuma arte que aborde assuntos fora do seu interesse
Às vezes, o que você precisa é se permitir gastar poucas horas do seu dia para consumir algum produto audiovisual ou outro tipo de arte que aborde um tema com o qual você não tem tanta familiaridade ou, até mesmo, que não seja do seu interesse. Pode ser filme, série, documentário, história em quadrinhos, música, e por aí vai.
Esse é um jeito prático de abrir a sua visão para assuntos que, até então, pareciam irrelevantes ou que não afetavam a sua vida. Por mais simples que pareça, essa atitude faz toda a diferença nesse processo de aprender a lidar com outras pessoas e para conhecer realidades distintas da que você vive.
Siga influenciadores que não façam parte da sua bolha
Você também pode deixar as suas redes sociais menos concentradas na sua bolha social. Ao seguir influenciadores que falam sobre outros assuntos, é possível expandir os conteúdos que aparecem para você, aprender coisas novas e conhecer outras opiniões.
Isso não significa que é necessário acompanhar as postagens de pessoas que trazem desconforto a você. Dá para encontrar um meio-termo no qual os conteúdos dos influenciadores são construtivos e ajudam a enxergar outras realidades, mas sem tirar você totalmente da sua zona de conforto.
Pensar nesses aspectos é válido para identificar as consequências da bolha social e saber como driblar os desafios desse contexto. Além disso, se você enfrenta muita dificuldade em relação a esse ponto, a psicoterapia pode ser uma boa opção, pois permite aprofundar o autoconhecimento e racionalizar suas escolhas.
Gostou das dicas? Falar desse assunto é importante para se incentivar e motivar também os amigos a começarem a conhecer outras realidades fora da bolha social. Então, aproveite a oportunidade e compartilhe o post nas suas redes sociais!
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