fbpx

O que é dependência emocional e quais são os principais sintomas?

Voltar para BLOG DOCKHORN

O que é dependência emocional e quais são os principais sintomas?

Seres humanos são animais sociais. Criamos laços afetivos profundos com quem nos cerca, e fica mais fácil enfrentar as dificuldades naturais e culturais da vida quando compartilhamos conhecimentos e experiências. Porém, o excesso de cuidado e a necessidade do outro para tomar decisões importantes podem ser sinais de alerta. Por isso, saber como lidar com a dependência emocional é fundamental.

O apego exacerbado a alguém geralmente acontece em relacionamentos amorosos, mas a codependência também pode se manifestar com amigos, familiares e até mesmo com uma pessoa de autoridade. Como essa questão afeta o convívio e desgasta relações sociais, é importante prestar atenção aos sinais de que algo perturba o equilíbrio.

Quer entender melhor como lidar com a dependência emocional? Neste post, vou explicar quais são os principais indícios de que esse problema está acontecendo com você e trazer sugestões de como superá-lo. Continue por aqui e fique por dentro do assunto!

O que é dependência emocional?

Também conhecida como codependência, a dependência emocional é um quadro emocional ou comportamental que compromete a habilidade da pessoa de manter uma relação saudável e satisfatória.

Nesse caso, o indivíduo projeta suas expectativas no parceiro amoroso ou em outras pessoas. Conforme o tempo passa, fica cada vez mais forte a sensação de que ele depende desse alguém para se sentir feliz, amado e capaz de fazer escolhas em diferentes esferas da vida.

O medo é uma emoção muito presente, já que o dependente emocional não sente segurança para assumir a responsabilidade pela própria vida. Da mesma forma, é comum que uma pessoa com esse quadro apresente um grande receio de tomar decisões erradas e de sofrer rejeições.

Quais são as possíveis origens da codependência?

As bases dos alicerces emocionais de cada pessoa estão cravadas na infância. Ou seja, o modo como cada um encara as relações sociais e amorosas na vida adulta é, em grande parte, reflexo das experiências que teve nos primeiros anos de vida. Falo sobre isso agora porque, em geral, a dependência emocional tem origem nesse período.

Quando comparamos a fase inicial da nossa vida com a de outros animais que têm cuidados parentais, notamos que temos uma infância incrivelmente longa. Precisamos de cuidados extremos e orientações específicas dos nossos progenitores para sobrevivermos e aprendermos a contornar as adversidades do mundo.

Nessa íntima relação com a mãe, o bebê procura segurança e desenvolve afeto ao ter todas as suas necessidades atendidas — isto é, não há a sensação de falta. Na Psicologia, a busca por aprovação e atenção do outro é entendida como apego (guarde essa informação).

Por volta dos 8 ou 9 meses de idade, as crianças percebem que não formam uma unidade com a mãe e que o mundo externo vai além de si mesmas. É aí que ocorre a angústia da separação. Nesse momento, cai a ficha de que é hora de aprender a viver em sociedade, e esse processo dura anos.

Contudo, tanto o excesso quanto a falta de zelo nessas fases podem levar uma pessoa a desenvolver dependência emocional. Vamos entender as duas realidades.

O excesso de zelo

Já ouviu falar que tal pessoa é mimada? Quando isso é verdade, provavelmente quer dizer que esse indivíduo passou por situações de excesso de zelo durante a infância, principalmente pelos responsáveis por sua criação.

O problema é que cuidado e afeto exacerbados, junto da ausência de correção quando necessária, formam um adulto dependente de exclusividades e tratamentos especiais. Assim, a pessoa não sente confiança e passa a acreditar que não tem condições de julgar, ponderar, decidir e escolher sozinha.

A falta de zelo

Também tem a situação oposta, que geralmente ocorre diante do crescimento em meio a uma família conflituosa, que deu pouco suporte, carinho e amor. Pessoas que enfrentaram excesso de punições e desamparo na infância também criam uma maior fragilidade.

Na vida adulta, essa falta de zelo se mostra como uma dependência afetiva. Na maioria dos casos, isso se manifesta como uma eterna procura pela aprovação de terceiros, que supram a carência desenvolvida na infância.

Ou seja, nos dois casos, a pessoa busca inconscientemente por aquele sentimento de plenitude que tinha ou deveria ter tido na relação com o progenitor. A ideia, ainda que inconsciente, é resgatar o afeto incondicional que existiu ou queria que tivesse existido. Por isso, ela coloca a responsabilidade e a esperança da felicidade no outro. É como se precisasse de alguém para se sentir completa.

Quais são os sinais de dependência emocional?

Conseguiu entender mais ou menos como essa situação funciona? Talvez fique mais claro agora, que vou apresentar os sintomas mais clássicos da dependência emocional.

De modo geral, a pessoa tem dificuldade de manter a concentração no trabalho, dá pouca atenção às relações com familiares e amigos e pode deixar de lado os cuidados com os filhos, pois se preocupa em excesso com o parceiro amoroso. Isso gera o desequilíbrio nas demais relações.

Agora, lembre-se do que falei no início do artigo, ok? A codependência pode ocorrer em outros relacionamentos, não necessariamente românticos. Veja só os sinais mais comuns dessa condição:

  • submissão ao outro;
  • sinais de abstinência na ausência da pessoa amada;
  • dificuldade de tomar decisões importantes nos relacionamentos;
  • sentimento de insatisfação;
  • tédio;
  • medo da solidão;
  • vazio emocional;
  • intolerância à frustração;
  • emoções negativas e desejo de autodestruição;
  • falta de consciência sobre seus próprios problemas;
  • sentimento de estar preso à relação e de que não conseguirá deixá-la;
  • conflitos de identidade;
  • cuidado excessivo com o parceiro;
  • foco da felicidade concentrado em uma só pessoa;
  • baixa autoestima;
  • necessidade constante de aprovação do companheiro em tudo o que faz e para se sentir bem;
  • repreensão das próprias emoções para não magoar ou não perder o parceiro;
  • controle compulsivo, sendo comum desenvolver TOC;
  • prioridade ao companheiro, abrindo mão dos próprios planos;
  • excesso de ciúme;
  • sentimentos de culpa e impotência;
  • oscilações de humor.

Notou que usei a palavra “abstinência” em um dos sintomas? Acontece que o conceito de dependência, normalmente atribuído ao uso de drogas psicoativas, também vale nessa situação.

Costumo comentar que as diferentes sensações que o ser humano experimenta vêm da dança das mesmas moléculas químicas em variadas circunstâncias. Assim, os relacionamentos interpessoais ativam o mesmo mecanismo de recompensa do cérebro que é estimulado no uso de psicoativos. Ou seja, gera sintomas semelhantes aos da dependência química.

Como lidar com a dependência emocional?

Você acha que precisa muito estar ao lado de alguém para se sentir bem? Se sim, abra os olhos, pois alguns casos de codependência podem ficar bem sérios. Por isso, saber como lidar com esse problema é fundamental para evitar graves consequências. Confira dicas para deixar de depender emocionalmente de quem quer que seja.

Reconheça a dependência emocional

O primeiro passo para começar a se ver livre de um problema é reconhecer a sua existência. A lógica é a mesma de arrumar um quarto, por exemplo. Para organizar toda a bagunça, é preciso notá-la. Caso contrário, você acaba se acostumando com a zona.

Então, se você se identificou com muitos dos sintomas citados e percebe que está criando uma relação de dependência com outra pessoa, que tal começar reconhecendo esse problema? Assim, é possível pensar em estratégias para lidar melhor com essa situação, sem deixar que ela se torne prejudicial para nenhuma das partes.

Além disso, não precisa ter vergonha de aceitar que está se tornando dependente emocionalmente de outra pessoa, viu? Muitas vezes, é o constrangimento que faz com que alguém entre em estado de negação e se recuse a reconhecer a condição em que se encontra.

Desenvolva autonomia

Agora, é hora de ir para uma etapa mais complicada: aprender a ter mais autonomia. Mas calma, que é possível superar isso com sucesso. Você só vai precisar seguir o seu próprio ritmo e respeitar seus limites. Quando sentir muito medo ou insegurança, tente encontrar algo que traga conforto.

No entanto, é importante desenvolver autonomia aos poucos. Esse é um processo que pode levar tempo e, mesmo depois de anos, você vai perceber que ainda existe muito para caminhar. Afinal, isso faz parte do crescimento e da maturidade humana.

À medida que cresce, é comum que a pessoa dê um passo por vez para ter independência financeira, deixar a casa dos pais ou começar a fazer mais atividades por conta própria, não é verdade? Para lidar com a codependência é a mesma coisa. Após reconhecer o problema e decidir procurar ajuda, chega a hora de testar algumas atitudes que podem fazer bem.

Tomar suas decisões sem consultar outra pessoa, sair um pouco mais na própria companhia e ver mais amigos são apenas alguns exemplos. Observe como é possível viver por si só e dê um passo por vez, para que a ideia do afastamento não aumente a ansiedade.

Além disso, tenha em mente que não precisa cortar o contato com a pessoa de quem você se vê dependente. A ideia não é separar ninguém, mas sim cultivar relacionamentos mais saudáveis. Assim, ambas as partes vão se sentir mais felizes na relação.

Pratique o autoconhecimento

No primeiro tópico, eu disse que o modo como a criança é criada refletirá o comportamento que ela terá na fase adulta, lembra? Pois bem, não podemos voltar no tempo e reconstruir a infância que tivemos. O que está ao nosso alcance é avaliarmos racionalmente o que nos aconteceu, trazendo para o consciente as questões que nos perturbam.

Assim como a chave para vencer o medo de algo é conhecer o objeto de apreensão, o autoconhecimento é o caminho para a segurança e a independência. Ao saber quais são suas crenças centrais e o que está fazendo você repetir padrões comportamentais, você consegue lidar melhor com as suas emoções e seus desdobramentos.

Além disso, conhecer-se de uma melhor maneira faz com que você aprenda a valorizar mais as suas qualidades. Desse modo, é possível diminuir as inseguranças e passar a apreciar mais a própria companhia.

Contudo, assim como a autonomia, o autoconhecimento também é um processo. A cada dia você pode aprender algo sobre suas preferências, habilidades e personalidades. Assim, estará sempre caminhando em busca de uma melhor relação consigo.

Faça terapia

Acontece que nem sempre é fácil trazer para o consciente aquilo que faz parte de nós, o que moldou a nossa personalidade e define quem somos. Ao mesmo tempo, desapegar de quem você se vê dependente é um desafio e tanto. Então, por que não aceitar ajuda da psicoterapia?

Considere contar com o apoio da Terapia Cognitiva Comportamental, por exemplo, em que o psicólogo ensina técnicas para que você aprenda a identificar as ações e os pensamentos destrutivos que estão causando desarmonia na sua vida.

Mas vale destacar que a TCC foca o momento presente, e não o passado. Ou seja, você não precisa reviver dores antigas ou vasculhar acontecimentos remotos para atingir o equilíbrio e o bem-estar.

Não estou dizendo que o processo será um mar de rosas, pois o autoconhecimento e a autonomia requerem que a gente encare lados obscuros do nosso ser, que muitas vezes preferimos ignorar.

No entanto, conhecer-se é olhar para si com compaixão e gentileza. Aceitando quem você é e buscando melhorar sua relação consigo e com sua história, tem como lidar com a dependência emocional de uma maneira mais efetiva. Desse modo, os problemas tendem a diminuir e, consequentemente, os seus relacionamentos podem florescer.

Este conteúdo ajudou você? Tem interesse em saber mais sobre a TCC? Então, vem comigo que vou explicar como funciona uma sessão de terapia!

Compartilhar este post

Comentários (9)

  • Jefferson Almeida Reply

    Excelente artigo, infelizmente acabei de sair de uma relação de dependência emocional.

    15 de agosto de 2021 at 21:46
  • Ieda Reply

    Contato por favor?

    1 de setembro de 2021 at 17:04
    • Vanessa Dockhorn Reply

      Olá Ieda
      O contato é: (11) 99563-8248
      E-mail: contato@psicologiadockhorn.com

      Ficamos à disposição!

      1 de dezembro de 2021 at 07:25
      • Maurício Reply

        Ok

        21 de outubro de 2022 at 09:10
    • Vanessa Dockhorn Reply

      Boa noite Leda
      Nosso contato é: (11) 99563-8248
      Número que também é WhatsApp.
      Aguardo seu contato!

      23 de dezembro de 2021 at 00:40
  • José Henrique Reply

    Sou José Henrique e tenho todos esses sintomas.

    1 de novembro de 2021 at 14:17
  • José Henrique Reply

    Tenho todos esses sentimentos.

    1 de novembro de 2021 at 14:18
  • Zelinda Reply

    Lendo esse artigo descubro que sofro de dependência emocional

    13 de novembro de 2022 at 20:42
    • Vanessa Dockhorn Reply

      Que tal agendar um horário e falar sobre isso?
      Muito obrigada pelo comentário.

      7 de dezembro de 2022 at 08:37

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Voltar para BLOG DOCKHORN